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A PERCEPÇAO DOS ALUNOS DO NONO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA MANOEL BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE CARLINDA/MT SOBRE O ESTUDO DA ORIENTAÇÃO SEXUAL NO CURRÍCULO ESCOLAR

Maria Rufino dos Santos de Brito1
Olímpia Terezinha da Silva Henicka2
Rosangela Franchini Angelici3

 

RESUMO

Teve-se por objetivo apresentar a percepção que os alunos do nono ano da Escola Municipal Manoel Bandeira de Carlinda/MT têm sobre os estudos de orientação sexual no currículo escolar. Para a realização dessa pesquisa, a metodologia utilizada foi o método hipotético dedutivo e sua amostragem foi probabilística aleatória, no período de fevereiro à outubro de 2011. Foram distribuídos trinta e quatro questionários, com vinte perguntas cada um e seus resultados, demonstrados através de gráficos. Sabe-se que a adolescência é uma fase muito importante na vida das pessoas, na qual os indivíduos têm muitas dúvidas, questionamentos, que precisam ser esclarecidos para que os mesmos estejam preparados para tomar suas próprias decisões com responsabilidades, sabendo-se prevenir das DSTs e de uma gravidez não planejada, estando orientados para uma vida saudável. A escola pesquisada desenvolve atividades sobre orientação sexual, com mais intensidade na disciplina de Ciências; e os educandos julgam importantes essas orientações, pois utilizam-nas em seu dia a dia e em trabalhos escolares, mas ainda gostariam de saber mais sobre as DSTs. A maioria dos alunos ainda sente vergonha de discutir assuntos sobre sexualidade com os pais ou familiares, preferindo o diálogo com os amigos, mas se esquecem que estes podem também ter dúvidas ou não ter as informações corretas. Com a orientação sexual fazendo parte do currículo pedagógico, as informações são mais claras e seguras.

Palavras-chave: Currículo Escola. Orientação sexual. Saúde.

1 INTRODUÇÃO

Sabe-se que todos os professores devem trabalhar o tema transversal “Orientação Sexual”, independentemente da disciplina lecionada.

1 Egressa  do Curso de Pedagogia da Faculdade de Alta Floresta (FAF)
2 Orientadora e docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Alta Floresta- FAF Especialista em Didática do Ensino Superior pela FAF de A. Floresta- MT  e em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil pela AJES. Juina- MT
3 Graduação em Licenciatura Plena em Pedagogia pela União das Faculdades de Alta Floresta; Curso de complementação pedagógica com habilitação para o Magistério das Séries Iniciais pela Universidade de Cuiabá; Especialista em Educação Especial pelo ISE

 

  



Este trabalho aborda o referido tema com a finalidade de verificar, através da percepção dos alunos, se a Escola Municipal Manoel Bandeira, de Carlinda/MT, está abordando a orientação sexual com coerência. Outro objetivo é averiguar se as orientações recebidas auxiliam os alunos a valorizarem o auto cuidado, respeitando a si mesmos e ao próximo, para que não haja problemas futuros para a escola, alunos ou sociedade. Brasil (2001, p. 307)
Seja por meio do diálogo, da reflexão ou das possibilidades de reconstruirem as informações, pautando-se sempre pelo respeito a si mesmos e ao próximo, que o aluno conseguirá transformar, ou reafirmar, concepções e princípios, construindo de maneira significativa seu próprio código de valores.
Através de literaturas e de observações do cotidiano escolar, compreende-se que muitos alunos ainda sentem vergonha de discutir assuntos sobre sexualidade com os pais ou familiares, preferindo o diálogo com os amigos, porém estes também ter dúvidas ou não ter as informações corretas.
Com a orientação sexual fazendo parte do currículo pedagógico, as informações são mais claras e seguras, oferecendo também maiores contribuições no que se refere à saúde. Desta forma, os professores podem contribuir muito para melhorar a qualidade da saúde dos adolescentes e diminuir os índices de gravidez precoce e de DSTs.
  1. EMBASAMENTO TEÓRICO

 

A sexualidade faz parte do contexto familiar, social e escolar da vida de todas as pessoas e, como tal, ainda gera muitas controvérsias em razão de envolver conflitos sociais, posições morais e políticas. A questão da sexualidade é um ponto muito delicado e há pais que praticamente a ignoram.
O exagero que as crianças apresentam em relação à orientação sexual pode advir das atitudes familiares, por exemplo, se a criança faz uma pergunta para a mãe e a mesma dá uma resposta que não a satisfaz, provavelmente, no dia seguinte, ela retorne com outra pergunta do mesmo assunto, para testar o conhecimento da mãe. Muitas vezes, a mãe não se lembra da primeira resposta e logo inventa outra diferente, assim os familiares perdem sua credibilidade nessa orientação. Por isso, esse assunto exige muitos conhecimentos, tanto dos pais quanto dos professores. Brasil (2001, p. 296) afirma que “a sexualidade infantil se desenvolve desde os primeiros dias de vida e segue se manifestando de forma diferente em cada momento da infância”
Nessa linha, os familiares precisam se preparar para iniciar o quanto antes as orientações sexuais de seus filhos. Quando se menciona as palavras orientações sexuais, não se refere apenas ao ato sexual, mas sim às questões comportamentais e às diferenças entre o sexo masculino e o feminino. Não se pode deixar que os filhos esclareçam suas dúvidas com os colegas, pois, essas concepções podem ser errôneas. Novaes (1972, p. 196) comenta que:
(...) um dos maiores problemas dos pais e educadores com os adolescentes é o de não compreenderem nem aceitarem a sua realidade nem quererem perceber como o jovem sente o mundo e como reage a distancia que existe entre ele, jovem, e os adultos.
Esse aspecto é muito complicado, em muitas situações é melhor se ignorar do que se explicar as verdadeiras concepções da sexualidade. É isso que acontece tanto no âmbito familiar quanto no educacional: quando o aluno faz uma pergunta ao professor sobre sexualidade, o educador logo ignora para não responder. Isso causa desconforto aluno, aguçando ainda mais sua curiosidade. López diz que:
(...) esse tipo de conhecimento, como outros na vida de relação social, deve ser adquirido no momento adequado e é perfeitamente acessível por meio da informação pessoal, ainda mais se foram estabelecidas na família e na escola as bases de uma educação aberta (...) (LÓPEZ, 2002, p. 110).
Vê-se que, na visão de López (2002), os familiares não precisam fazer curso de sexualidade para orientar seus filhos, basta ter diálogo, pois quando os pais sentam com os filhos e dão abertura para os mesmos sentirem-se seguros para expor suas curiosidades, já existe a orientação sexual de forma responsável e, dependendo da pergunta, os pais podem postergar esse assunto para uma próxima sessão, quando o mesmo tiver maturação neurológica à altura da resposta. O que não é aconselhável fazer é omitir informações ou informar errado, porque futuramente eles descobrirão que tal informação está errada e ficarão frustrados.
(...) pais e professores devem ser aliados na formação de uma base de sexualidade equilibrada, consciente, responsável, que converta em fonte de desenvolvimento pessoal, não de obsessão, e não seja substituída de outras dimensões igualmente nobres do ser humano (LOPEZ, 2002, p. 112).
A escola em parceria com as famílias deve desenvolver ações em prol de uma orientação responsável. A educação sexual tem seu início nas famílias, a escola a complementa, não a substitui, deixando o adolescente orientado para tomar suas próprias decisões e fazer suas escolhas quando ele se sentir preparado. Para Brasil:
Experiências bem sucedidas com orientação sexual em escolas que realizam esse trabalho apontam para alguns resultados importantes: aumento do rendimento escolar, da solidariedade e do respeito entre os alunos; (...) no caso dos adolescentes, as manifestações da sexualidade tendem a deixar de ser fonte de agressão, provocação, medo e angustia, para tornar-se assunto de reflexão (BRASIL, 2001, p. 300).
Conforme a citação acima, quando essas ações são feitas de forma responsável no ambiente escolar, há bons resultados tanto nas questões comportamentais quanto nos aspectos cognitivos. Por isso, há uma necessidade gritante de as escolas incluírem-nas em seus currículos.
Sabe-se que muitos pais não conversam com seus filhos, alguns porque não possuem conhecimentos, outros porque se sentem constrangidos ao tratar do assunto. Escola e pais devem ser parceiros, orientando os adolescentes de forma coerente.
Para a escola refazer seu currículo, é essencial que a família se torne aliada da mesma, para evitar as contradições. Como também afirma López (2002, p. 58):
(...) todo professor, qualquer que seja a disciplina que lecione, desempenha consciente ou inconscientemente ações no campo da Educação Sexual. Estas ações são representadas pela maneira de ser, vestir e agir, pelas idéias e valores que transmitem e até mesmo pelo tratamento que dispensa aos alunos de ambos os sexos. Desta forma, uma grande preocupação no que diz respeito à educação sexual é como as informações chegam aos alunos.
Cabe aos professores informarem aos adolescentes assuntos relacionados à sexualidade, para que não tirem suas dúvidas somente através de internet, televisão, revistas e amigos. É importante lhes possibilitar conhecimentos sobre culturas e valores, levando-os a se questionarem sobre o assunto para que sejam responsáveis ao fazer suas próprias escolhas e seguir seus próprios caminhos. Brasil (1997, p. 54) tem que:
Os objetivos gerais dos programas de educação sexual para o ensino fundamental proporcionar ao aluno condições de, entre outras habilidades, respeitar a diversidade de valores, crenças e comportamentos existentes e relativos à sexualidade; compreender a busca de prazer como uma dimensão saudável da sexualidade humana; conhecer seu corpo e valorizar e cuidar de sua saúde; reconhecer como determinações culturais as características socialmente atribuídas ao masculino e ao feminino; proteger-se de relacionamentos sexuais coercitivos ou exploradores; conhecer e adotar práticas de sexo protegido; ao iniciar relacionamento sexual evitar contrair ou transmitir doenças sexualmente transmissíveis, inclusive o vírus da AIDS; desenvolver consciência crítica e tomar decisões responsáveis a respeito de sua sexualidade e procurar orientação para a adoção de métodos contraceptivos.
Nesse sentido, cabe à escola promover um trabalho pedagógico voltado a essa temática, atingindo, em primeira mão, os familiares, através de palestras com profissionais especializados no assunto e depois com os alunos. Assim, evitam-se desavenças entre família e escola, pois sabe-se que ainda existe um modelo familiar advindo de culturas antigas e diversas famílias não aceitam que essa temática seja trabalhada nas escolas, pois muitos desconhecem tal importância. López diz que:
O indivíduo, nessa fase, está construindo uma identidade própria; e nessa busca, é importante ressaltar que ele pode experimentar uma enorme multiplicidade de identificações, as quais podem ser bastante contraditórias entre si. Essa instabilidade é esperada e até mesmo desejada, porém cabe a seu meio ambiente, em especial a seus pais, estabelecer limites e orientar esse processo investigativo, para que ele seja feito com segurança, sem prejuízos permanentes para a sua saúde, como por exemplo, uma gravidez indesejada (...) (LÓPEZ, 2002, p. 65).
Cabe à escola desenvolver ações educativas para os alunos nesse ambiente, pois eles demonstram claramente curiosidade sobre sexualidade; as famílias, por sua vez, devem estar unidas com a escola para orientar os adolescentes a seguirem seus caminhos com responsabilidade e saúde. Nesse contexto
(...) pode-se dizer que, para pais e professores, abordar a sexualidade é sempre mais embaraçoso do que tratar de outros fatos biológicos sobre os quais se projetam todos os tabus ligados á sexualidade (...) a aceitação da própria sexualidade constitui uma das formas de equilíbrio pessoal. Aqui a família já tem uma responsabilidade inicial decisiva, manifestada na forma como tratou o menino ou menina em questão (LÓPEZ, 2002, p. 107).
É fundamental tratar o assunto de maneira objetiva, com a convicção de que o ocultamente provoca concepções errôneas.
Os autores mencionados neste trabalho orientam a uma reflexão profunda sobre a importância de pais e professores oferecerem informações relevantes aos educandos. Sabe-se que o futuro depende de ações e atitudes, portanto é hora de se refletir sobre as práticas e procurar inovar as metodologias para atender às necessidades específicas e individuais das crianças e adolescente, também no que se refere à Orientação Sexual.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Área de estudo

O estudo limitou-se à percepção que os alunos do nono ano da Escola Manoel Bandeira, de Carlinda/MT, têm sobre o estudo da orientação sexual no currículo escolar,  cidade esta localizada no extremo Norte do Mato Grosso, com uma população, segundo IBGE (2011), de 10.990 habitantes, com economia concentrada nas atividades da agropecuária.

3.2 Metodologia

Para o levantamento de informações, utilizou-se o método hipotético-dedutivo, no qual foram levantadas hipóteses para posteriormente serem analisadas e interpretadas. Com o objetivo de conhecer a opinião dos alunos sobre o referido tema, foram confeccionados questionários contendo perguntas abertas e fechadas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Segundo Suplicy (1983), a educação sexual se inicia no âmbito familiar e as crianças são educadas não somente pelos pais, mas também pelos parentes, ou até mesmo pelos amigos. Além da vida coletiva, a cultura da sociedade acumula significados comuns aos diversos indivíduos pertencentes a ela. Desse modo, a família, a escola e a sociedade precisam fornecer ao adolescente o repertório de representações da sexualidade. A sexualidade é parte complementar do ser, é algo que se aprende e se pratica em sociedade.
Para trabalhar o tema Orientação Sexual nas escolas, é preciso planejamento por parte dos profissionais da educação. Isso quer dizer que as diferentes temáticas da sexualidade devem ser trabalhadas dentro dos limites da ação pedagógica, sem invadir a intimidade e o comportamento de cada aluno.
Após analisar os dados através dos questionários respondidos pelos alunos, verificou-se que a escola está abordando o assunto com segurança, na maioria das vezes em discussões na disciplina de Ciências, mas os adolescentes querem mais informações sobre prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST’s).
Segundo Suplicy (1991), nos conteúdos escolares, não se consegue suprir as dúvidas que os adolescentes têm em torno da sexualidade, visto que discutir sobre reprodução humana, anatomia e fisiologia do corpo humano não supre as necessidades e curiosidades do adolescente, enfoca apenas o biológico e não inclui as dimensões afetivas e sociais.
Pôde-se verificar, também, que a hipótese a foi confirmada, já que os alunos se sentem mais à vontade para discutir sobre sexo na escola; esta foi confirmada, pois segundo os alunos eles têm dificuldades para falar com outras pessoas sobre sexo; assim, conversam e discutem o assunto com os amigos.
Gráfico 01: Com quem você conversa sobre sexo?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

 

 

Gráfico 02: Com quem você tira as dúvidas sobre sexo?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Gráfico 03: Você sente dificuldades em falar sobre sexo com as pessoas?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

De acordo com Costa (1997, p. 54):
No núcleo social que é a família, nem sempre as dificuldades dos adolescentes são trazidas á tona para que possam melhor ser compreendida, devido a isso vão buscar fora de casa as respostas para muitas duvidas conversando com amigos, onde acabam recebendo informações desviadas.
Tanto os familiares quanto os professores podem buscar apoio com outros profissionais para mais informações, por exemplo, os profissionais da saúde, que têm capacitações para essas orientações e podem ser parceiros da escola e das famílias. Não se pode ter receio de pedir ajuda, pois, na sociedade atual, todos dependem uns dos outros e, às vezes, por vergonha da temática, profissionais e pais acabam prejudicando filhos e alunos.
Para Costa (1997, p. 12), “a questão da educação sexual se torna complexa devido ao despreparo do adolescente, que é evidente e alguma coisa terá de ser feita pelos educadores e pelos pais”.
A hipótese b foi parcialmente confirmada, porque 70% conhecem os projetos de saúde em relação à orientação sexual, mas apenas 35% deles participam das mesmas.
Gráfico 04: Você conhece as campanhas sobre orientação sexual (DST/AIDS, gravidez)?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Gráfico 05: Você participa de atividades sobre orientação sexual promovidas pela escola ou unidades de saúde?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Os projetos de orientação sexual são desenvolvidos, em sua maioria, por profissionais da saúde que realizam palestras para os alunos. Os profissionais abordam temas da atualidade, esclarecem dúvidas, questionam os alunos e abrem espaço para questionamentos também. A parceria entre escolas e serviço de saúde é de suma importância, pois contribui para que o aluno se sinta seguro e responsável em seus atos.
“O trabalho de orientação sexual na escola se faz problematizando, questionando e ampliando o leque de conhecimentos e de opções para que o próprio aluno escolha seu caminho” (BRASIL, 2001, p. 299).
A hipótese c diz que a escola aborda assuntos sobre orientação sexual, e que passa segurança quando discute o assunto; esta foi confirmada, pois os alunos afirmam que os professores abordam o assunto, em sua maioria nas aulas de ciências, mas também afirmam que, quando abordados pelos demais professores, estes passam confiança e segurança.
Gráfico 06: Seus professores costumam falar sobre orientação sexual na escola?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Gráfico 07: Em quais disciplinas?
 
Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Gráfico 08: Quando abordam questões de orientação sexual, seus professores demonstram:
Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 201.2

Mas, de acordo com os pesquisados, os professores das outras disciplinas ainda abordam pouco a questão.
O professor deve então, entrar em contato com questões teóricas, leituras e discussões sobre as temáticas específicas de sexualidade e suas diferentes abordagens; preparar-se para a intervenção prática junto dos alunos e ter acesso a um espaço grupal de supervisão dessa prática, o qual deve ocorrer de forma continuada e sistemática, constituindo, portanto, um espaço de reflexão sobre valores e preconceitos dos próprios educadores envolvidos no trabalho de Orientação Sexual (BRASIL, 1997, p. 142).
Segundo López (2002), todo professor deve informar para os alunos assuntos relacionados à sexualidade, possibilitando conhecimentos sobre culturas e valores existentes, levando-os a se questionarem sobre os assuntos para que sejam responsáveis para seguirem seus próprios caminhos.
Sabe-se que as escolas costumam abordar assuntos sobre o aparelho reprodutivo em Ciências Naturais, e é através desta que abordam a orientação sexual, mas, muitas vezes, isso não supre as necessidades e curiosidades dos adolescentes em relação à sexualidade, mesmo passando confiança para os mesmos. É necessário um maior espaço, dedicação da escola e dos professores em colocar as informações de forma que esses adolescentes se sintam orientados para uma vida saudável e segura.
A hipótese d, acerca da opinião dos alunos sobre a importância da orientação sexual na escola e se usam as informações em algum momento de suas vidas, foi confirmada, pois  os alunos afirmaram que é importante a orientação sexual na escola e que usam essas informações em trabalhos escolares e no dia a dia.

Gráfico 09: Você julga importantes os estudos oferecidos pela escola sobre orientação sexual?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Gráfico 10: Em que situação já utilizou ou utiliza os conhecimentos de orientação sexual proporcionado pela escola?

Fonte: BRITO, Maria Rufino dos Santos de. Questionários. Carlinda/MT - 2012.

Os adolescentes utilizam as informações sobre orientação sexual e sobre as DST’s em trabalhos escolares, pois é na escola que a maioria obtém essas informações; outros adolescentes, que já possuem uma vida sexual ativa, utilizam-nas para se prevenirem e se orientarem, ou ainda, para transmitirem informações a outros amigos e familiares.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização desta pesquisa, conclui-se que é de suma importância trabalhar orientação sexual no currículo escolar, principalmente na adolescência, pois os adolescentes necessitam desse apoio. Dessa forma, cabe aos professores estarem revendo suas metodologias a fim de inová-las, para que os adolescentes sejam capazes de tomar suas decisões, fazendo suas escolhas com responsabilidade e saúde.
A Escola Municipal Manoel Bandeira, em Carlinda/MT, desenvolve atividades sobre orientação sexual, com mais intensidade na disciplina de ciências; e os adolescentes julgam importantes essas orientações, pois utilizam essas informações em seu dia a dia e em trabalhos escolares, mas ainda gostariam de saber mais sobre as DST’s.
Por isso, espera-se que o conteúdo abordado contribua para reflexões sobre metodologias de ensino que favoreçam a qualidade de vida dos adolescente a fim de que saibam tomar atitudes responsáveis.

 

REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Apresentação dos temas transversais. / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 2001.

_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Apresentação dos temas transversais, ética. / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

COSTA, Moacir. Sexualidade na Adolescência: Dilemas e crescimento. 10 ed. Porto Alegre: L&PM, 1997.

LÓPEZ, Jaume Sarramona. Educação na família e na escola: o que é como se faz. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2002.

NOVAES, Maria Helena. Perspectivas para o futuro da psicologia escolar. In S. M. Wechsler (Org.). Psicologia escolar: Pesquisa, formação e prática. Campinas: Alínea, 2001.

SUPLICY, Marta. Conversando sobre sexo. 17 ed. Petrópolis: Edição da Autora, 1991.

________, Marta. Conversando sobre sexo. Petrópolis: Vozes, 1983.

 

THE STUDENTS' PERCEPTIONS THE NINTH YEAR OF BASIC EDUCATION SCHOOL OF THE CITY FLAG MANOEL CARLISLE / MT ON THE STUDY OF SEXUAL ORIENTATION IN THE SCHOOL CURRICULUM

 

ABSTRACT

This study aimed to present the perception that students in the ninth year of the School District Carlisle Manoel Flag / MT have on studies of sexual orientation in the school curriculum. To carry out this research, the methodology used was the hypothetical deductive method and its probabilistic sampling was random, from February to October 2011. Thirty-four were distributed questionnaires, each with twenty questions and their results, shown graphically. It is known that adolescence is a very important stage in people's lives, in which individuals have many questions, questions that need to be clarified so that they are prepared to make their own decisions with responsibilities; it is known to prevent STDs and an unplanned pregnancy, targeted at a healthy life. The school studied conducting activities on sexual orientation, with more intensity in the discipline of science, and the students think these important guidelines, because they use this information in their daily work and school, but would still like to know more about STDs. Most students still feel embarrassed to discuss sexuality with their parents or relatives, preferring dialogue with friends, but they forget they can also have concerns or do not have the correct information. With the sexual orientation part of the educational curriculum, the information is clearer and more secure.

Keywords: School Curriculum. Sexual orientation. Health.

 

 

 

 

 

 

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©️ REFAF 2020 - Revista Eletrônica Multidisciplinar da Faculdade de Alta Floresta - ISSN: 2238-5479