AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORE=
S NO
PROCESSO DE INCLUSO DO ALUNO DEFICIENTE VISUAL NO ENSINO REGULAR NA=
ESCOLA
ESTADUAL RUI BARBOSA NO MUNICPIO DE ALTA FLORESTA/ MT
SOUSA, Francineide Oliveira de[1]
ANGELICI, Rosangela Franchini [2]
=
=
RESUMO
O pre= sente estudo teve como objetivo veri= ficar as principais dificuldades encontradas pelos educadores para se trabalhar com alunos com deficincia visual. Para tanto, utilizaram-se mtodos indutivo, monogrfico e estatstico. A coleta de dados foi por meio da tcnica de observao direta extensiva, com a aplicao de um questionrio estruturado, contendo perguntas abertas e fechadas. Ao final da pesquisa, pode-se perceb= er que a maior dificuldade dos educadores para trabalhar com os alunos deficie= ntes visuais a falta de material didtico especfico. Constatou-se que o professor utiliza metodologia diferen= ciada em sala de aula para os alunos deficientes visuais. Verificou-se, ainda, que o espao fsico da escola no est adaptado para a acessibilidade dos alunos deficientes visuais, provocando transtornos a estes e que os professores n= o esto em via de formao continuada para atender os alunos deficientes visuais, i= nfluenciando no processo de aprendizagem dos alunos. Portanto, a incluso do aluno portador de necessidades especiais um procedimento que envolve ingresso, permanncia e sucesso, sendo que o sucesso envolve o rendimento escolar do aluno e sua interao social com a comunidade escolar.
Palavras-chave: Dificuldades. Inc= luso. Deficiente Visual.
1 INTRODUO
Este artigo tem como tema as dificuldades do professor e aborda as principais dificuldades encontradas pelos educadores no processo = de incluso.
=
Atualmente
a educao tem um grande desafio: transformar a excluso em incluso; para =
que
os alunos considerados normais e ou com necessidades especiais possam ter
direito educao em sua totalidade, imprescindvel que a escola aprimore
suas prticas, a fim de atender as diferenas e tornar possvel a igualdade
para todos.
Na Educao Inclusiva, a proposta que no se retire a criana da cl=
asse
comum e que, alm disso, ela receba um atendimento elaborado, ou seja, de
acordo com suas necessidades.
Para que haja uma incluso satisfatria, a pessoa cega e a famlia
devero receber a ajuda necessria, com uma equipe organizada que deve envo=
lver
vrios especialistas, tais como: oftalmologista, psicloga, psicopedagoga,
assistente social, professor itinerante e professores conscientes que favor=
eam
a incluso.
O tema relevante visto qu=
e
faz-se necessrio modificar a forma de pensar e de fazer educao nas salas=
de
aula, de planejar e de avaliar o ensino, de desenvolver e aprimorar o educa=
dor.
=
A incluso
precisa ser pensada no processo de educao para que os professores aperfei=
oem
as suas prticas e para que gestores de escolas pblicas e particulares se
atualizem e reestruturem. Para responderem s necessidades de cada um de se=
us
alunos.
Deste modo, levanta-se a seguinte problemtica: quais as dificuldades
encontradas pelos educadores para o ensino-aprendizagem dos alunos deficien=
tes
visuais? Para tanto, partiu-se da hiptese de que a maior dificuldade dos
educadores para trabalhar com os alunos deficientes visuais a falta de
material didtico especfico. Como hipteses secundrias, o professor utiliza a mesma metodologia=
em
sala de aula para todos os alunos, gerando dificuldades de aprendizagem; o
espao fsico da escola no est adaptado para a acessibilidade dos alunos
deficientes visuais, provocando transtornos aos mesmos e os professores est=
o
em via de formao continuada para atender os alunos deficientes visuais,
contribuindo no seu processo de aprendizagem.
Enquanto objetivos, pretend=
eu-se identificar
as principais dificuldades encontradas pelos educadores para se trabalhar c=
om
alunos com deficincia visual; averigua=
r se o
professor utiliza metodologia diferenciada em sala de aula com os alunos com
deficincia visual; investigar se, segundo os pesquisados, o espao fsico =
da
escola est adaptado para a acessibilidade dos alunos deficientes visuais e=
verificar
se os professores da escola pesquisada encontram-se capacitados para atender
alunos deficientes visuais.
Espera-= se que este trabalho aponte alguns enfoques que venham a contribuir para que os gestores e educadores de uma forma geral reflitam sobre suas prticas, de f= orma a garantir a todos os alunos com deficincia visual o direito de serem realmente includos nas salas de aula regulares.
2 EMBASAMENTO TERICO
Segundo o artigo 5, caput da Constituio Federal de 1=
988, todos
so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se=
aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do dire=
ito
vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade. No entanto,=
na
legislao as prticas sociais tm uma grande distncia, vive-se numa socie=
dade
que supervaloriza algumas formas em detrimento de outras.
Na sociedade em que o perfeito, o belo, o normal s= o definidos por padres de grupos dominantes, os que no se enquadram em tais padres ficam excludos. So muitos os casos de excluso existentes na sociedade e uma delas a que acontece com pessoas com necessidades especia= is.
Durante sculos na Histria da Humanidade, essas pessoas= no tiveram oportunidade de se educar, vivendo, em regra, marginalizadas, socialmente, vtimas de preconceitos e discriminaes generalizadas, sendo considerados, como afirma Lemos (2001, p. 10), seres totalmente incapazes ao trabalho e guerra, atividades essenciais de valorizao do homem poca.
Porter (2005) afirma que, na Idade Mdia, com o apogeu do Cristianismo, as pessoas com
necessidades especiais passam a s=
er
alvo de proteo, caridade e compaixo. Pois justifica-se a deficincia pela
expiao de pecados ou como passaporte indispensvel ao reino dos cus. Sur=
gem,
assim, as primeiras instituies asilares com encargo de dar assistncia e
proteo s pessoas deficientes.
Os tempos mudaram, apesar de descrenas, preconceitos e discriminaes continuarem imperando, sobre as verdadeiras possibilidades de quem possui alguma necessidade especial o que certamente dificulta, no imp= edem a incluso e as inmeras conquistas alcanadas socialmente nas mais diferen= tes atividades da vida humana.
Assim, a educao para alunos especiais precisa ser de qualidade, no podendo ser feita de forma indiscriminada, ou seja, incluir = por incluir. A pessoa com necessidades especiais precisa de uma boa educao pa= ra continuar lutando contra o preconceito e a discriminao que ainda sofre nos dias de hoje.
Para Porter (2=
005), na
escola, o indivduo passa a fazer parte do mundo do conhecimento e tambm a=
ser
parte integrante de uma sociedade, onde ser preparado para o futuro, ou se=
ja,
para o trabalho.
O trabalho
fundamental para que uma sociedade sobreviva e perpetue a espcie humana. P=
orter
(2005) salienta que, quando os alunos com necessidades especiais passam a
frequentar a escola, seus valores sociais ganham novas perspectivas e os
estigmas relacionados diversidade se transformam em respeito.
Atualmente possvel<= span style=3D'font-size:8.0pt;line-height:150%;letter-spacing:0pt'> ensinar em uma educao mais inclusiva, baseada em processos participativos, constituindo ciclos de aprendizagem mantidos por um currculo multicultural= de uma instituio um sonho, cuja realizao vem resolver o problema da evas= o e do fracasso escolar. Os problemas administrativos, muitas vezes, originam dificuldades que acabam sendo passadas ao aluno que se afasta da escola para evitar confrontos.
Deve-se atentar tambm para o fato de a escola estar ins= erida em um ambiente que est em constante transformao. Diferentes culturas, no= vas tecnologias, distintas pessoas estimulam a modificao dentro da escola. Portanto, a escola precisa estar sempre em sintonia com o ambiente externo, pronta para se adequar aos novos cenrios.
De acordo com =
Fonseca
(1997), ao entrar para a escola, o deficiente visual est em atraso com a
aprendizagem da criana vidente pelo seu limitado contato com o mundo, pela
falta de viso, embora isto seja passvel de recuperao no que se refere
inteligncia e aptides para a aprendizagem.
Para Mazzotta =
(1992),
apesar da incapacidade visual, os cegos tm condies assim, de estruturar
conhecimentos dos mais simples aos mais complexos, pela utilizao plena dos
sentidos remanescentes, sem que isso implique numa compensao sensorial.
Parte da a
importncia da escola na vida do deficiente visual. Segundo Mantoan (1999),=
a
criana cega entregue somente ao grupo familiar provoca uma inadequada situ=
ao,
onde muitas vezes, os deficientes visuais agem como se fossem deficientes
mentais em virtude de privao cultural e de experincia de vida que geralm=
ente
e infelizmente ocorre.
Conforme= Morin (1996), um dos grandes desafios para a educao inclusiva nestes tempos muta= ntes a formao de professores. Hoje se fala muito em atualizao, capacitao, formao permanente em servio, quando no em treinamento de professores. Um dos grandes desafios rever a concepo de conhecimento, romper os limites positivistas, concebendo o conhecimento como uma construo dinmica, como = um recurso a ser mobilizado para desenvolver competncias que permitam aos indivduos interferir na sua realidade, identificando e resolvendo os probl= emas e os desafios colocados pela vida social, de forma autnoma.
Assim, quando o conhecimento associado ao contexto soc= ial, est se desvendando a realidade, respaldando-a para uma escola da vida dos tempos modernos. Nos novos paradigmas para a educao inclusiva, no basta criar espaos, oportunidades e tecnologias de formao de educadores. O gra= nde desafio <= span style=3D'mso-ansi-font-size:12.0pt;mso-bidi-font-size:12.0pt;line-height:15= 0%; letter-spacing:0pt'> descobrir a formao necessria para a insero dos alunos com dificuldades de viso na educao.
Construir uma educao capaz de ligar os conhecimentos s prticas sociais, orientada para a construo da cidadania, da autonomia e = para a democracia, so aprendizados necessrios aos educadores da atualidade.
A viso= uma parte fundamental da atuao total dos sentidos na manuteno do equilbrio. Segundo Mazzotta (1992), a perda da viso afeta de 3 maneiras a mecnica do andar, perda do senso de justeza dos passos, diminuio do equilbrio e deficincia dos reflexos de produo.
=
Mazzotta
(1992), em seus estudos, assinala a importncia dos dois componentes da
mobilidade; a orientao mental e locomoo fsica. Orientao mental defin=
ida
como habilidade do indivduo para reconhecer seu meio ambiente e suas prpr=
ias
relaes temporais e especiais, locomoes fsica como o movimento do organ=
ismo
para ganhar o espao por meio de seu mecanismo orgnico. De natureza difere=
nte,
ambas as funes so necessrias para mobilidade.
=
Tanto
mobilidade quanto locomoo referem-se a movimento, por isso parecem sinni=
mos.
No entanto, cada uma representa um contedo muito particular. Assim, a
mobilidade refere-se capacidade de movimento em resposta a estmulos inte=
rnos
ou externos, englobando a realizao do movimento em todas as reas do corp=
o,
em equilbrio esttico ou dinmico, enquanto a locomoo refere-se capaci=
dade
do indivduo mover-se sistemtica e racionalmente de um lugar a outro.
=
O
cego deve fazer uso de todos os sentidos no esforo da orientao, necessit=
ando
d e um mapa mental para gui-lo e
tambm fazer uso de sua experincia para =
reconhecer
situaes de seu ambiente, da memria muscular e do sentido do tempo gasto para realizar determinado pe=
rcurso
(BRASIL, 1982, p. 22).
=
O
treinamento da mobilidade para o cego sob todas as condies, at o uso da
bengala, constitui rea de interesse dos educadores e tcnicos em reabilita=
o,
sendo parte essencial do ajustamento individual nesta deficincia.
=
Segundo
Fonseca (1997), o deficiente visual de cegueira congnita, ou precoce,
geralmente tem problema de postura, maneirismo, rigidez corporal, falta de
coordenao no andar, movimentos corporais excessivos, inadequados ou mal
dirigidos, ausncia de expresses faciais.
As pessoas com viso subnormal e de cegueira com resduo visual so
tipicamente relacionados com as caractersticas anteriores de acordo com a
utilizao do resduo visual que possuem.
=
Nenhuma
diferena existe, entretanto, sob o aspecto intelectual, entre os deficient=
es
visuais e as pessoas dotadas de viso. Assim toda a potencialidade do
deficiente visual pode vir tona no desenvolver da capacitao do raciocn=
io,
compreenso de conceitos abstratos, percepo de fatos essenciais e
discernimento de relaes importantes atravs de uma igualdade de condio =
com
a criana vidente, isto , no limitando o seu contato com o mundo.
=
Ao
entrar para a escola, o deficiente visual est em atraso com a aprendizagem=
da
criana vidente pelo seu limitado contato com o mundo, pela falta de viso,
embora isto seja passvel de recuperao no que se refere inteligncia e
aptides para a aprendizagem.
= A Educao Especial est amparada pela Constituio Federal de 1988, que prev como dever do Estado o atendimento educacional especializado aos indivduos= com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.
Nesse sentido, cabe = escola e a seu gestor elaborar o projeto poltico pedaggico, que dever prever cu= rsos de capacitao de professores, assessorias e encontro da equipe pedaggica = com professores ou instituies especializadas no processo ensino-aprendizagem = do aluno com necessidades especiais. Esse projeto pedaggico torna-se relevante para a comunidade visto que todos os alunos com problemas de aprendizagem seriam alvos das polticas de incluso, e no somente os alunos com necessidades especiais.
E, segundo Fernandes (2005), pen= sando nessa sociedade preconceituosa, que surge a pergunta: Ser que, atualment= e, os professores esto preparados para essa incluso? Ser que estes professo= res esto tendo apoio tcnico nas escolas que j adotaram a incluso social des= ses alunos especiais? Ser que realmente as escolas esto seguindo o que a Lei = diz quanto a realizar esse tipo de incluso, ou simplesmente deixam matricular estes alunos e o professor que procure se adequar a essa nova realidade?
Para Mittler (2000), o professor= do ensino regular com alunos com necessidade educacionais especiais, devido ao= seu despreparo, no pode desenvolver satisfatoriamente sua prtica pedaggica estando desarticulado de uma rede de apoio especializada e o pouco recurso didtico pedaggico e o salrio insuficiente para cumprir as exigncias soc= iais podem desencadear ainda sua baixa autoestima, refletindo negativamente em s= ua ao pedaggica.
Enfim, o direito de todos educ=
ao
inclusiva , sem dvida, uma tarefa difcil, mas perfeitamente possvel.
O que se tem colocado em discuss= o, principalmente, a ausncia de formao especializada dos educadores para trabalhar com essa clientela, e isso certamente se constitui em um srio problema na implantao de polticas nas quais o sistema educacional, muitas vezes, favorece e estimula a discriminao e a excluso social.
Por isso, as formaes ministradas nas universidades deveri= am dar mais importncia a esse assunto. Visto que, de acordo com Gotti (1998),= a universidade, alm de oferecer cursos de aperfeioamento e de ps-graduao= , tambm tem o dever de envolver-se e envolver os acadmicos em pesquisa sobre o ens= ino. No s aos alunos com necessidades especiais, mas, desenvolvendo mtodos que facilitem a aprendizagem de todos os alunos, sejam eles especiais ou no. P= ortanto, o aluno com necessidades especiais deve cursar o ensino regular, porque um cidado com os mesmos direitos que outro aluno e porque ele necessita conhe= cer o ambiente social dos normais com quem ele conviver sempre.
3 MATERIAIS E MTODOS
3.1 rea de Estudo
O estudo foi realizado na escola estadual localizada na = zona urbana, denominada Escola Estadua= l Rui Barbosa. A escola oferece atualmente o Ensino Fundamental organizado= em ciclos de formao no perodo diurno e Educao de Jovens e Adultos - EJA no perodo noturno.
Conta tambm com sala de recursos no perodo matutino e vespertino, que atende alunos matriculados no ensino regular com necessidad= es especiais. Sua equipe de profissionais formada por 28 professores graduad= os, 01 Secretria, 02 Tcnicos administrativos, 01 Auxiliar de biblioteca, 05 Apoi= os Administrativos, 02 Merendeiras e 03 vigias.
3.2 Metodologia
O procedimento metodolgico envolveu a pesquisa bibliogrfica atravs de autores = e suas obras para a obteno de informaes capazes de ajudar no desenvolvimento da pesquisa. E uma pesquisa de campo desenvolvida pelo mtodo indutivo,= que, de acordo com Lakatos (2006), partindo de = dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou universal, no contida nas partes examinadas (conexo ascendente), ou seja,= fornece diversas informaes sobre as dificuldades de incluso do aluno deficiente visual no ensino regular.
A abordagem do problema utilizada foi a quantitativa que, conforme Ruiz (2006), se caracteriza pelo= uso da quantificao tanto na coleta quanto no tratamento das informaes por m= eio de tcnicas estatsticas. A anlise quantitativa mede em percentual sobre as dificulda= des do professor no processo de incluso.
Com relao aos objetivos, a pesquisa se classifica como descritiva, = pois, segundo Vergara (2007), tem como finalidade primordial a descrio das caractersticas de determinada populao ou fenmeno, isto , descreve as formas e metodologias adotadas para conhecer as dificuldades do professor no processo de incluso.
O mtodo de procedimento utilizado foi o monogrfico, no qual foi realizado um
estudo com dez professores, com a finalidade de obter generalizaes. Para
Vergara (2007), qualquer caso estudado em profundidade pode explicar outros=
ou
todos os semelhantes. Este mtodo detalha o objeto da pesquisa que as
dificuldades do professor no processo de incluso, o qual poder dar um direcionamento a futuras pesquisas. E o
estatstico que, segundo Martins (2002), permite obter, de conjuntos complexos,
representaes simples e constata se essas verificaes simplificadas tm
relaes entre si, ou seja, atravs
dos dados em percentuais, pode-se medir a opinio dos pesquisados sobre o t=
ema
proposto.
Foi aplicada a tcnica de observao direta extensiva,
atravs de questionrios, compostos por oito questes fechadas e trs abertas, tendo como objetivo ident=
ificar
as dificuldades de incluso do aluno deficiente visual no ensino regular
A
pesquisa envolveu dez professores, com faixa etria de 18 e 50 anos,
pertencentes escola em estudo. Os questionrios foram entregues aos
pesquisados, no ms de maro, contendo em anexo uma carta de apresentao c=
om
as informaes sobre a pesquisa, bem como orientaes sobre o preenchimento=
do
questionrio e o resguardo da identificao do pesquisado. Os questionrios
foram devolvidos no prazo estipulado.
4 RESULTADOS E DISCUSSO
Participaram do estudo 10 pesqui= sados, sendo que 70% so do sexo feminino; 50% tm idade entre 32 a 39 anos; 60% trabalham na instituio entre 1 a 5 anos e 70% tm especializao como gra= u de formao.
O grfico 1 mostra que 90% dos pesquisados utilizam metodologia diferenciada em sala de aula para os alunos deficientes visuais e 10% no.
Grfic= o 1 - Metodologia diferenciada para os alunos deficientes visuais.
Fonte: Elaborado pela Autora a partir de dados
obtidos na pesquisa.
No utilizada sempre a mesma metodologia com os alunos deficientes visuais pois, para que ocorra o processo de incluso, necessrio que haja algumas adaptaes, j que o aluno no ficar apenas integrado ao sistema de ensino, mas tambm a todo processo de ensino aprendizagem.
H
necessidade de promover as adaptaes curriculares, pois as diferenas, mui=
tas
vezes necessitam de respostas educativas adequadas. A utilizao de adapta=
es
curriculares, proporcionar a individualizao do processo ensino-aprendiza=
gem
(RODRIGUES, 2013, p. 15).
Na escola, s existe incluso, de fato, se o aluno tem aproveitamento do processo ensino-aprendizagem no seu rendimento escolar, no bastando a simples presena na sala de aula, pois, = sem interao com o professor, sem aprendizagem, sem aquisio de conhecimento,= sem cincia, sem cultura, no se pode falar em incluso.
O grfico 2 demonstra que 60% dos pesquisados declararam no estar capacitados para trabalharem com alunos deficientes visuais e 40% responderam que esto capacitados.
Grfic= o 2 - Capacitado para trabalhar com alunos deficientes visuais.
Fonte: Elaborado pela Autora a partir de dados
obtidos na pesquisa.
Percebe-se que a escola e os professores no esto totalmente preparados para desenvolver o aprendizado = de crianas com necessidades especiais, visto que formao pedaggica no ofer= ece formao especializada e qualificada para tal prtica, principalmente em se tratando de deficincia visual.
Dent=
ro da
comunidade escolar o desconhecimento e o despreparo dos profissionais quant=
o as
necessidade educacionais especiais do aluno, favorece e acentua os
preconceitos, mitos, tabus e rejeio a este aluno. A escola tambm sociali=
za
os alunos no somente atravs daquilo que ensina no currculo explicito, mas
muito no que transmitido no currculo oculto (RODRIGUES, 2013, p. 16).
A formao dos professores apontada como um elemento-chave para a melhoria da educao. Trata-se de repensar o sistema educativo como um todo= , de se atrever a ensaiar outras formas de entender os contextos nos quais se en= sina e se aprende.
Mesmo os cursos de capacitao fornecem aos professores uma teoria distante da prtica escolar e a grande maioria deles esto preparados somen= te para trabalhar com turmas homogneas, onde os alunos apresentam facilidade = de aprendizagem. No se sentem aptos para atender as diferenas individuais. <= /p>
O grfico 3 mostra que 90% dos pesquisados responderam que o espao fsico da escola no est adaptado para a acessibilidade dos alunos deficie= ntes visuais e 10% afirmaram que est adaptado.
Grfic= o 3 - Espao fsico da escola est adaptado para a acessibilidade.
Fonte: Elaborado pela Autora a partir de dados
obtidos na pesquisa.
A deficincia visual em qualquer grau compromete a capacidade da pessoa de se orientar e de se movimentar no espao com segura= na e independncia. Um declive, mudana de piso, salincia numa parede, podem ajudar um cego a identificar um determinado local.
[...]
o desenvolvimento do deficiente visual pode ser prejudicado pela falta de
programas prprios e currculos adaptados ao educativa especfica, pela
falta de mtodos e recursos didticos especiais, pela ausncia de
acessibilidade no espao escolar e pela no utilizao de equipamentos e
materiais especializados. (LEMOS, 2001, p. 57).
Assim, as barreiras para a acessibilidade fsica impedem o acesso, o ingresso e a permanncia com suce= sso dos alunos nas escolas constituindo barreiras para a aprendizagem, somando-= se a isto a organizao no atual modelo que tem dificultado o atendimento individualizado com relao s necessidades de cada um.
O grfico 4 mostra que 80% dos pesquisados responderam que a maior dificuldade para trabalhar com alunos deficientes visuais a falta de material didtico especfico e 20% afirmar= am que no ter capacitao.
Grfic= o 4 - Maior dificuldade para trabalhar com alunos deficientes visuais.
Fonte: Elaborado pela Autora a partir de dados
obtidos na pesquisa.
Sabe-se que a insuficincia de material didtico-pedaggico limita o avano na construo do processo ensino-aprendizagem.
O processo de incluso na escola comum
plenamente possvel desde que, sejam oferecidos as condies fundamentais p=
ara
o processo educativo, com recursos humanos e materiais especializados, prin=
cipalmente,
nos primeiros anos de escolaridade. (LEMOS, 2001, p. 59).
Faz-se necessrio o uso de mater= iais concretos, sobretudo na fase de elaborao de imagens mentais que constitui= ro os elementos organizadores dos pensadores.
Assim, a ao do professor, tant= o no que se refere ao seu planejamento, como a sua atuao efetiva na vivncia de sala de aula, determinada pelo seu jeito de pensar a vida, pela sua viso= de mundo, pela leitura que faz da sociedade, da educao, do ensino, do seu pa= pel no trabalho, de si mesmo enquanto cidado, de seu compromisso com o aluno, = da relao professor/aluno.
O grfico 5 demonstra que 70% dos pesquisados responderam que o ponto positivo da incluso de deficientes vis= uais no ensino regular a socializao entre os alunos; 20% afirmaram que o direito do aluno estar em sala de aula e 10% disseram que a igualdade ent= re seus pares.
Grfico 5 Ponto positiv= o.
Fonte: Elaborado pela=
Autora
a partir de dados obtidos na pesquisa.
Uma educao comprometida = com a cidadania e com a formao de uma sociedade democrtica e no excludente de= ve promover o convvio com a diversidade. Para Aranha (2006, p. 68), a escola regular ser para ele um estmulo para a aquisio de comportamentos, atitu= des e habilidades semelhantes ao dos videntes, mais socialmente aceitos.
O papel da escola no processo de incluso acolher a todos com igual= dade e o processo de incluso encaminhar os que necessitam sala de recursos,= com professores com formao continuada e cursos.
O grfico 6 mostra que 30% dos pesquisados responderam que o ponto negativo da incluso de deficientes vis= uais no ensino regular a sala de aula numerosa; 20% afirmaram que a falta de material pedaggico; 20% responderam que no h ponto negativo; 10% disseram que a falta se socializao entre alunos; 10% afirmaram que a falta de capacitao dos profissionais e 10% disseram que a falta de especializa= o na rea.
Grfico 6 - Ponto negativo.
Fonte: Elaborado pela=
Autora
a partir de dados obtidos na pesquisa.
Sabe-se que incluir necessrio, mas no adianta incluir por incluir= . Segundo Rabelo (1999, p. 20):
Hoje=
, o
grande desafio a elaborao de uma poltica educacional voltada para o estabelecimento de uma escola realmente
inclusiva, acessvel a todos, =
independentemente
das diferenas que apresentam, dando-lhes as mesmas possibilidades de realizao hu=
mana
e social.
O atendime= nto educacional na escola comum pode por vezes no contribuir, em nada, para a socializao do aluno cego, reforando inclusive preconceitos e opinies de descrena a seu respeito, quando ele apresenta baixo rendimento escolar na aprendizagem, seja por limitaes intelectuais prprias, seja pela m quali= dade de ensino, ministrado por professores no habilitados, convenientemente, ou= por falta de recursos didticos apropriados e materiais especializados. Outra questo a salientar o grande nmero de alunos em sala de aula, que dificulta o trabalho individualizado do professor, no atendimento necessi= dade dos mesmos.
O grfico 7 demonstra que 60% dos pesquisados sugeriram para melhorar a incluso de deficientes visuais no en= sino regular haver mais professores capacitados; 20% sugeriram condies para se trabalhar melhor; 10% deram, como sugesto, sala de aula com menos alunos e= 10% sugeriram auxlio da equipe pedaggica.
Grfico 7 - Sugesto para melhorar a
incluso.
Fonte: Elaborado pela=
Autora
a partir de dados obtidos na pesquisa.
A falta de preparo em ensinar um= aluno com deficincia visual, bem como a precariedade de material didtico para t= al ensino so os grandes problemas da incluso nesta escola.
[...] o
desenvolvimento do deficiente visual pode ser prejudicado pela falta de
programas prprios e currculos adaptados ao educativa especfica, pela
falta de mtodos e recursos didticos especiais e pela no utilizao de equipamentos e materiais especializa=
dos. (LEMOS,
2001, p. 57).
Percebe-se que o problema enfren= tado pelos professores a insegurana frente ao novo, pois influi na sua prtica pedaggica em sala de aula, quando se depara com as necessidades educaciona= is especiais, dificultando o planejamento de suas aulas, no sabendo manejar eficazmente as diferenas e outras demandas que possam vir a ser apresentad= as na educao inclusiva.
5
CONSIDERAES FINAIS
Este estudo possibilitou a reflexo sobre a necessidade = de se abordar o tema incluso do deficiente visual como um dos novos paradigmas da educao brasileira, legalmente amparado pela Lei n 9394/96, o qual delega= famlia, escola e sociedade o compromisso para a efetivao de uma prop= osta de escola para todos.
Conforme resultados da pesquisa, atingiram-se os objetiv= os propostos, visto que, para o= s pesquisados, a maior dific= uldade dos educadores para trabalhar com os alunos deficientes visuais a falta de material didtico especfico. Constatou-se que o professor utiliza metodologia diferenciada em sala de aula para os alunos deficientes visuais. Verificou-se, ainda, que o espao fsico da esc= ola no est adaptado para a acessibilidade dos alunos deficientes visuais, provocando transtornos aos mesmos e que os professores no esto em via de formao continuada para atender os alunos deficientes visuais, influencian= do no processo de aprendizagem dos alunos.
Percebeu-se, tambm, que incluso um pretexto para que a educao se atualize, para qu=
e os
professores aperfeioem as suas prticas e para que gestores de escolas
pblicas e particulares se obriguem a um esforo de atualizao e de
reestruturao de suas condies atuais a fim de responderem s necessidade=
s de
cada um de seus alunos.
=
Assim,
espera-se que este estudo tenha evidenciado dados referentes complexidade=
do
tema incluso para auxiliar no desenvolvimento das competncias necessrias=
ao
atendimento dos alunos com deficincia visual.
DIFFICULTIES ENCOUNTERED BY TEACHERS IN THE PROCESS OF INCLUSION OF
DISABLED STUDENT IN THE VISUAL EDUCATION WONTED
ABSTRACT
=
The
present study aimed to verify the main difficulties encountered by educator=
s to
work with students with visual impairments. For this, we used inductive
methods, and statistical monograph. Data collection was through extensive
direct observation technique, by applying a structured questionnaire contai=
ning
open and closed questions. At the end of the survey, we can see that the
greatest difficulty for educators to work with visually impaired students is
the lack of specific courseware. It was found that the teacher uses differe=
nt
methodology in the classroom for visually impaired students. It was also fo=
und
that the physical space of the school is not adapted for accessibility for
visually impaired students, causing inconvenience to them and that teachers=
are
not on track to meet the continuing education for visually impaired student=
s,
influencing the learning process of students . Therefore, the inclusion of
students with special needs is a procedure that involves entry, stay and
succeed, and that success involves the student's academic performance and t=
heir
social interaction with the school community.
Keywords:
Difficulties. Inclusion. Visually Impaired.
REFERNCIAS <= o:p>
ARANHA, M. S. Saberes e prticas da incluso. Braslia, MEC, 2006.
BRASIL. Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF: Senado, 1988.
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[1] Docente no curso de Pedagogia. Acadmica do Cur=
so de
Especializao em Psicopedagogia da Faculdade de =
Alta
Floresta FAF, em Alta Floresta-MT.
[2] Orie=
ntadora.
Prof Esp. em Educao Especial pela AJES, em Alta Floresta - MT.
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