POR QUE NÃO SE PRIORIZA O ENSINO DE LÍNGUAS CONTATO EM PAÍSES INTEGRANTES DO MERCOSUL?

Luciano Roberto Gonzaga da SILVA, Juliana Behrends de SOUZA

Resumo


Com o avanço das políticas que objetivam aproximação dos países para o atingimento de metas em comum e com a consolidação da globalização, percebe-se, cada vez mais, o afinamento político, social e identitário de nações que partilham fronteiras geográficas. Desse modo, tem-se em vigor, na América do Sul, o tratado do Mercosul, que busca implantar políticas que permitam a livre circulação e a promoção dos direitos civis, sociais, culturais e econômicos. Em contrapartida, o que se vê na prática é uma valorização exacerbada da cultura estaduniense em detrimento da sul-americana. A consequência direta disso está presente nas escolas da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, países-membros do Mercosul, já que, nestas nações, evidencia-se a preferência pelo ensino do inglês em detrimento do espanhol ou português. Assim, a presente investigação objetivou apresentar um quadro representativo da situação do ensino de línguas de contato a partir de levantamento bibliográfico e legislativo dos países envolvidos. Calvet (2002), Day (2012) e Rodrigues (2004) serviram de embasamento bibliográfico para compreender o desprestígio das línguas fronteiriças. Os resultados da presente investigação são de não pertencimento ao mesmo território, pois, embora haja limites geográficos, a proximidade entre essas nações deveria produzir efeitos diferentes no ensino de línguas de contato. Conclui-se, portanto, que esta investigação forneceu um panorama do ensino de português e espanhol nos países-membros do Mercosul. Espera-se que, com este estudo, haja maior visibilidade para

Palavras-chave


Escolas de Fronteira; Línguas de Contato; Mercosul.

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